Conscientização e Mobilização contra o HIV e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)

A luta contra o HIV e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) continua sendo uma das maiores prioridades de saúde pública no Brasil e no mundo. Mesmo com avanços no diagnóstico e tratamento, milhões de pessoas ainda desconhecem seu estado sorológico, negligenciam cuidados preventivos ou enfrentam estigma — fatores que contribuem para a expansão silenciosa dessas doenças.

Mais do que informar, é preciso refletir, agir e mobilizar. A prevenção continua sendo nossa maior aliada.

Situação Atual

Embora os dados mais recentes variem anualmente, alguns pontos têm se mantido como alerta constante:

O Brasil registra cerca de 41 mil novos casos de HIV por ano.

Estima-se que aproximadamente 135 mil pessoas vivem com HIV sem saber, o que aumenta o risco de transmissão e dificulta o início precoce do tratamento.

Jovens entre 15 e 29 anos continuam sendo o grupo com maior crescimento proporcional de novos casos.

Em relação às ISTs, doenças como sífilis, gonorreia e clamídia estão em curva ascendente, impactando especialmente mulheres em idade fértil.

Esses dados reforçam que a informação salva vidas — e que o silêncio ainda é um dos maiores inimigos da prevenção.

O que são as ISTs mais comuns?

As Infecções Sexualmente Transmissíveis são causadas por vírus, bactérias ou fungos e se transmitem principalmente pelo contato sexual sem proteção.

Entre as mais frequentes estão:

1. HIV: responsável pela síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

Hoje, com tratamento adequado, é possível ter vida longa e saudável, além de tornar a carga viral indetectável — o que elimina a transmissão sexual.

2. Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum, pode evoluir para fases graves se não tratada. É responsável por graves complicações na gestação.

3. Gonorreia e Clamídia: Infecções bacterianas que podem causar dor, secreção e infertilidade quando não tratadas.

4. HPV: vírus altamente comum, associado a verrugas genitais e ao risco de câncer do colo do útero, ânus e orofaringe.

5. Herpes Genital: causada pelo vírus HSV, provoca lesões dolorosas e recorrentes.

Por que falar sobre Isso?

Porque a falta de informação ainda resulta em:

- diagnósticos tardios

- preconceito e estigma

- abandono de tratamento

- aumento da transmissão

- risco de complicações graves e evitáveis

A conscientização não serve apenas para alertar — ela empodera, muda hábitos e salva vidas.

Como se prevenir?

A prevenção é múltipla e acessível:

✔ 1. Uso de preservativos

Masculino ou feminino — ainda é a forma mais prática e eficiente de prevenir ISTs.

✔ 2. Testagem regular

Testes rápidos e gratuitos estão disponíveis no SUS.

Saber cedo é tratar cedo.

✔ 3. Profilaxias (PrEP e PEP)

PrEP: medicação de uso contínuo para pessoas com maior risco.

PEP: medicação de emergência após exposição de risco, disponível nas primeiras 72 horas.

✔ 4. Vacinação

Contra HPV e hepatites A e B — oferecidas pelo SUS para faixas específicas.

✔ 5. Tratamento adequado

Pessoas em tratamento correto para HIV com carga viral indetectável não transmitem o vírus (I=I).

✔ 6. Informação sem tabu

Conversar sobre sexualidade e prevenção é sinal de cuidado e responsabilidade, não de permissividade.

Dezembro Vermelho: um convite à consciência e à ação

A campanha Dezembro Vermelho simboliza solidariedade, inclusão e cuidado com a vida. É um chamado para:

- testar

- orientar

- acolher

- combater preconceitos

- incentivar o autocuidado

A mudança começa com cada pessoa informada e disposta a agir.

Conclusão: sua atitude pode salvar vidas

Mobilizar-se contra o HIV e outras ISTs é um compromisso com a saúde individual e coletiva.

A prevenção é simples. O tratamento é eficaz. O preconceito, esse sim, continua sendo a principal barreira.

Informar-se e compartilhar conhecimento é a forma mais poderosa de promover transformação.